sábado, 16 de abril de 2011

Do lixo à mesa

Assim como em todos os dias, estava esperando minha carona para ir trabalhar na esquina de casa quando ao parar de ler meu livro matutino, olhei para a rua paralela em que estava e ao movimentar o óculos de sol para o alto do rosto, noto uma senhora magra, com idade próximo aos 50 anos, quietinha e empurrando seu carrinho feito manualmente por toda a rua.

De lixo a lixo, a senhora passa por mim e com um semblante cansado - talvez não por já estar trabalhando a horas, mas por talvez estar trabalhando a anos -, me olha e eu digo bom dia. A resposta, veio acompanhada com um belo sorriso.

Menos de um minuto depois, sobe correndo metro a metro um gari. Empilhando as sacolas de lixo depositadas as beiras das calçadas e em cestos de lixo, ele corre sem parar para deixar tudo perfeito para quando o caminhão com os demais colegas de trabalho chegarem, possam apenas limpar as vias de trânsito e retirar o mal cheiro da decomposição dos restos de tudo que cada casa produziu durante o dia anterior.

Depois das cenas, parei por alguns minutos para pensar no que seria de nós se não fossem os catadores de recicláveis e dos garis. Somos tão porcos (de modo geral e não de modo generalizado) que nem realizamos a coleta seletiva para facilitar o trabalho de outras pessoas. E são estas pessoas que deixam a nossa casa livre de toda a sujeira que não serve para nada. E mais, é através desses materiais inservíveis que estas pessoas tiram seu sustento. É correndo rua a rua, é passando de lixo em lixo, que eles poderão comer um pão antes de sair de casa novamente para a mesma labuta.

Então, meu querido ou minha querida, vamos fazer o possível para valorizar estas profissões que não andam de terno, nem saem com malas ou de carros conversíveis pelas ruas, mas que tornam as suas calçadas limpas e que levam embora o que nós não usaremos mais.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Conexão Repórter

Carecas: movimento homofóbico e desumano. Pregam a essencia da criação de deus, relacionamento entre o homem e a mulher, mas violentam até a morte pessoas que nunca viram "mais magros, gordos" ou seja lá como for. Homoxesualidade, opção ou não, o respeito deve estar em primeiro lugar e isso, nada e ninguém conseguirá impor na formação do cárater humano.

Como Roberto Cabrini disse no encerramento do programa Conexão Repórter do SBT na última quarta-feira, dia 13 de abril, "a luta pela descriminação começa em cada um de nós". Isso é verdade. O tema abordado na edição desta semana me chamou muito a atenção. Durante a programação foram abordadas diversas matérias sobre homoxessualidade. Movimento carecas, atendados a travestis, conflitos familiares.

Dizem que os pais e professores são espelhos das crianças, eu concordo. E é exatamente por isso, que me revolto quando esses homofóbicos nojentos tendam justificar suas atitudes como forma de educar os filhos no caminho correto. Vai me dizer que sair agredindo as pessoas por uma diferente opção sexual é o melhor caminho para educar um filho?

Diante disso, não precisamos de muito para saber que mudar os conceitos humanos não dependem de tempo. Estar em pleno século XXI não significa muito para um mundo intolerante e egoista. Um lugar em que o amor não reina. Enquanto o respeito não estiver em primeiro plano, nada será melhor.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Amor platônico

"Todos os dias estarei ao seu lado e não serei apenas uma amiga romântica, mas sim a melhor de todas as companheiras. Serei aquela que te abraça quando precisa e quando não precisa. Que chama por teu nome apenas para ter certeza de que ainda respira. Meu maior medo será o de ficar sem você.

Saiba que sempre foi parte dos meus sonhos enquanto de olhos fechados e de meus pensamentos enquanto de olhos abertos. Passei anos devotando esse amor platônico e agora, tão próximo de se tornar real, não quero te perder, nem ao menos por um segundo.

Quando casarmos farei seu café da manhã, mas não o levarei até a cama, não quero derramar tudo em sua pele tão macia e delicada. Também deixarei você à vontade para acordar tranqüilamente e me chamar quando estiver bem. E, quando não estiver, farei o possível para ser o teu melhor remédio.

Se quiseres, deixarei você ter seus momentos sozinhos para suas leituras e reflexões diárias, mas saiba que estarei esperando ansiosamente o momento adequado de dividir os minutos com você, de te contar como foi meu dia e escutar como foi o seu.

Meu coração baterá, assim como já bate, no mesmo ritmo que meu amor por você. Ritmo acelerado, constante e em compasso singular, único capaz de me manter viva. E estes serão meu dias ao seu lado, dias que programo há tempos, lembrando constantemente que tenho a melhor razão de viver:você." Assinado: Quem tem ama escondido.

*Depois de muito escutar histórias sobre amores platônicos, tentei escrever uma declaração de alguém que sempre amou escondido. Será que seria isso a concretização desse amor? Será que o amor real, um dia, vai se igualar ao amor que vive às escuras?

Acho bonito a fidelidade de um amor platônico. Acho uma pena que quando descoberto já não seja considerado platônico. Acho bonito os sonhos que são construídos. Acho uma pena que sejam impossíveis de serem realizados. Acho bonito a convicção de quem ama. Acho uma pena a pessoa amada nunca perceber.