sábado, 16 de abril de 2011

Do lixo à mesa

Assim como em todos os dias, estava esperando minha carona para ir trabalhar na esquina de casa quando ao parar de ler meu livro matutino, olhei para a rua paralela em que estava e ao movimentar o óculos de sol para o alto do rosto, noto uma senhora magra, com idade próximo aos 50 anos, quietinha e empurrando seu carrinho feito manualmente por toda a rua.

De lixo a lixo, a senhora passa por mim e com um semblante cansado - talvez não por já estar trabalhando a horas, mas por talvez estar trabalhando a anos -, me olha e eu digo bom dia. A resposta, veio acompanhada com um belo sorriso.

Menos de um minuto depois, sobe correndo metro a metro um gari. Empilhando as sacolas de lixo depositadas as beiras das calçadas e em cestos de lixo, ele corre sem parar para deixar tudo perfeito para quando o caminhão com os demais colegas de trabalho chegarem, possam apenas limpar as vias de trânsito e retirar o mal cheiro da decomposição dos restos de tudo que cada casa produziu durante o dia anterior.

Depois das cenas, parei por alguns minutos para pensar no que seria de nós se não fossem os catadores de recicláveis e dos garis. Somos tão porcos (de modo geral e não de modo generalizado) que nem realizamos a coleta seletiva para facilitar o trabalho de outras pessoas. E são estas pessoas que deixam a nossa casa livre de toda a sujeira que não serve para nada. E mais, é através desses materiais inservíveis que estas pessoas tiram seu sustento. É correndo rua a rua, é passando de lixo em lixo, que eles poderão comer um pão antes de sair de casa novamente para a mesma labuta.

Então, meu querido ou minha querida, vamos fazer o possível para valorizar estas profissões que não andam de terno, nem saem com malas ou de carros conversíveis pelas ruas, mas que tornam as suas calçadas limpas e que levam embora o que nós não usaremos mais.

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