Demorei para voltar a falar no assunto. Na verdade, por mais que pareça que não, ainda não estava preparada para dizer o que o diagnóstico final disse e que teremos que levar como uma esperança que se renova a cada dia e que permanece entre nossos pensamentos mais medonhos.
Agora, já não há mais pré-quimio, por enquanto, ela vai ter que fazer um tratamento específico para reabilitar seu corpo. Ainda não começou, mas é que os últimos exames constataram que o corpo recebia os remédios, ficava mais fragilizado (todos sabem que com o tratamento a imunidade do corpo diminui), só que o tumor não tinha reação nenhuma, ou seja, ela ficava mais fraca e apenas isto.
Não posso dizer que está tudo bem, tanto eu quanto ela, minha amiga-irmã, que chama minha mãe de mãe e que dividir a mãe dela comigo, sabemos que isso nos martela a cada dia. Acontece que também sabemos que não podemos fugir da realidade, e que por mais óbvio que seja, temos que esperar a volta da rotina hospital, médicos e sopas de ervilhas.
Sabemos que esse perído de tratamento, recuperação e de novo ânimo será percorrido em um caminho longo, mas preferimos que seja assim, porque, com certeza, valem mais do que o período que nos restava para viver juntas antes de isso tudo começar. Desta forma, vamos juntas abraçando todos os nossos momentos sejam eles de alegrias ou de tristezas, porque não precisamos de mais nada para saber que já não somos mais duas amigas separadas, e sim, uma metade sózinha ou uma inteira juntas.
Bom, é assim que me despeço, durante um tempo, desse meu diário não secreto que se tornou tão meu amigo do que aquele que, antes, acreditava que vingaria se fosse apenas de papel. Sei lá, é estranho, é difícil, é real, mas parece um sonho que vamos acordar a qualquer momento e com um fôlego novo. Enquanto isso, ficamos assim... juntas e cada uma levando 50% da parte que nos resta sorrir. Te amo Nê!.
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